sábado, 5 de janeiro de 2008

Paulo Portas acusa Governo de "insensibilidade social" com aumento de 2,4 por cento nas reformas

O Presidente do CDS-PP, Paulo Portas, acusou hoje o Governo de José Sócrates de «insensibilidade social» por ter aumentado em 2,4 por cento as pensões, uma percentagem que considerou «inferior à inflação real».

«Este Governo tem tido em relação aos pensionistas uma politica muito injusta. Foi este Governo que sistematicamente, ano após ano, os fez perder poder de compra, que retirou comparticipações nos medicamentos, que sujeitou pensões muito baixas a IRS, que acabou com os aumentos na altura do Natal e agora, para remate, faz um aumento claramente inferior ao que é a inflação real, o que significa que as pessoas perdem poder de compra», acusou Paulo Portas.

Em declarações aos jornalistas no final de uma visita ao Centro de dia de Algueirão, em Mem-Martins, o líder do CDS-PP aproveitou para pedir explicações ao Governo socialista pelo valor do aumento, já que, na sua opinião, «um aumento das pensões em 2,4 por cento é, na melhor das hipóteses, a marca e a expressão da insensibilidade social» do actual Executivo.

«Não ouvi até hoje o senhor Primeiro-ministro, que gosta tanto de aparecer em momentos e em decisões que se aplicam a muito menos pessoas, explicar a um reformado com 230 euros de pensão como é que estando o pão, o leite, a manteiga, os transportes, os passes, a electricidade a subir o que toda a gente sabe que está a subir, como é que é possível um aumento das pensões em 2,4 por cento«, criticou.

No início deste mês o Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social veio garantiu que o aumento das pensões assegura, pelo segundo ano consecutivo, a manutenção do poder de compra de 90 por cento dos pensionistas portugueses.

De acordo com portaria publicada em Diário da República, as pensões de valor igual ou inferior a 611,12 euros aumentam 2,4 por cento, em linha com a inflação calculada para 2007, o que representa uma manutenção do poder de compra, ao contrário das restantes pensões que serão aumentadas em apenas entre 1,65 e 1,9 por cento.

As pensões de valor superior a 611,12 euros e inferior ou igual a 2.444,46 euros sobem 1,9 por cento e as pensões de valor superior a 2.444,46 euros aumentam 1,65 por cento.

Estes valores foram calculados com base na variação média dos últimos 12 meses do índice de preços no consumidor (inflação), sem habitação, e nos valores de referência do crescimento real do PIB (Produto Interno Bruto).

Como o crescimento da economia foi inferior a 2 por cento (1,8 por cento) a actualização têm em conta apenas a inflação (2,4 por cento).

in Lusa