terça-feira, 10 de junho de 2008

As Alterações Climáticas e a Gestão dos Seus Impactes

O Mundo actual vive momentos em que os riscos globais provocados pelas Alterações Climáticas, que vão semeando catástrofes nas diversas regiões e que durante longos anos foram considerados entregues aos cuidados da pressuposta competência de técnicos e cientistas, apontam agora para uma estratégia baseada pelo “princípio da precaução” que vai ganhando presença nos estruturas políticas e ambientalistas nacionais e internacionais. Isto porque é reconhecida a urgência de criar um sentimento geral de segurança e estabilidade que una governos, pessoas e autoridades da sociedade civil, contra um risco partilhado globalmente em situação de incerteza.

Deve ser uma tentativa séria contra o risco de catástrofe global, gerada por uma gestão tecnológica suportada no princípio da precaução, indiferente às diferenças políticas, sociais e culturais, e que secundarize outras tipologias de desafios e confrontações.

Ou seja, garantir um debate que secundarize o silencioso monopólio dos técnicos das várias artes que definiram e governaram os procedimentos que conduziram à situação de alarme crescente em que se encontra a Humanidade. Uma alteração envolta em novos riscos reais, designadamente o risco do peso dos medos a condicionar a transparência e urgência das soluções possíveis.

Não é de todo dispensável um diálogo mundial, gerador de uma opinião pública apoiada na sociedade civil transnacional em que estas questões permitam dar a conhecer o progresso da ciência e da técnica do qual depende o desenvolvimento sustentado e a preservação das vidas e patrimónios dos povos.

É pois fulcral conseguir um condicionamento crítico através de processos políticos inovadores e decisões apoiadas pela adesão esclarecida da opinião pública, perante as soluções que visam hegemonias apoiadas no domínio de recursos como é o caso dos detentores das fontes de energias não renováveis, e que já tem anúncio de intenção dos produtores de recursos alimentares escassos, são exactamente o contrário de uma política de preservação dos interesses comuns, repudiada em favor do transitório proveito de muito poucos.
Os recursos científicos e técnicos ao dispor dos governos, mas também de poderes económicos, não deverão continuar a ser usados à distância da opinião pública desinformada, antes será de esperar que o debate público, a concertação, e a intervenção responsável das representações políticas e ambientais, definitivamente consigam despertar a convicção activa de que se trata de uma ameaça que envolve a totalidade dos povos, e a própria Terra.
Já se prevê o surgimento das "conferências do consenso" destinadas a fazer convergir a responsabilidade das capacidades técnicas e ambientais ao serviço da decisão final política.

Que o "princípio da precaução", na gestão dos riscos, se converta numa directiva prioritária das sedes políticas às quais cabem as decisões finais… é uma exigência do Terra que se revela inadiável!

Porque há só uma Terra e a raça humana necessita do seu planeta.
Dele dependemos completamente, uma vez que a partir dele evoluímos, permanecendo sua parte para sempre, e apenas existimos por cortesia do auto-sustentável Sistema Terra, por isso devemos cuidar dela como cuidamos dos nossos próprios filhos.

Pensemos nisto…
Por Luís Fernandes