quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Impropérios do Sr. Inspector Geral da Administração Interna

Entrámos numa nova era de comunicação, a era das “entrevistas-choque”.

Primeiro foi o Sr. Procurador Geral da Republica que através de uma “entrevista-choque” veio alertar ao mais distraído dos cidadãos que ele afinal não conseguia, de modo efectivo, controlar as escutas telefónicas que se realizavam em Portugal, aliás, nem ele sabia se estava sobre escuta.

Agora, foi a vez do Sr. Inspector Geral da Administração Interna que através de outra “entrevista-choque”, vem criticar com veemência a actuação da PSP e da GNR, dizendo que os seus elementos actuam como se o cidadão fosse o seu inimigo, que não deveriam perseguir os infractores e que a sua conduta é resultado dos muitos filmes americanos que andam a ver.

Na verdade, aquela entrevista foi apenas um elencar de afirmações injustas e impróprias de quem deveria ter a responsabilidade de as não dizer.
Na verdade, o teor daquelas declarações só podiam ser ditas por quem não vive com o sobressalto da insegurança, próprio de quem mora nos subúrbios de Lisboa, como por exemplo nos concelhos de Sintra ou da Amadora.

Todos sabemos que não temos a melhor polícia do mundo, todos sabemos que por vezes também são cometidos excessos, mas Sr. Inspector Geral, nós não podemos tratar os criminosos como coitadinhos, porque coitados são as vítimas, aqueles que são assaltados, agredidos e violados no seu direito à segurança.
A nossa polícia não pode andar a prender criminosos para no dia seguinte serem soltos pelo tribunal. Isso é desmotivante para quem arrisca a sua vida para prender um delinquente e motivante para o criminoso.

A nossa polícia não pode cumprir cabalmente a sua função enquanto não estiver devidamente equipada, com carros patrulha que andem, com armas que disparem e não se encravem nos momentos mais impróprios, com sistemas eficazes de comunicação e de segurança.

A única coisa certa que o Sr. Inspector-Geral disse na sua entrevista, é que se deveria avançar com o processo de fusão da PSP e da GNR.

A ideia da GNR patrulhar as zonas rurais e da PSP as áreas urbanas, já não faz sentido num país como o nosso, até pelos custos que estão associados para manter estas duas estruturas. Certo era juntar estas duas forças numa só e colocar todos os seus efectivos a realizar a sua verdadeira função policial, na rua, deixando as secretárias e os trabalhos administrativos para aqueles que hoje fazem parte das listas dos excedentários do estado.

Para que o Sr. Inspector Geral tenha a noção do que é a realidade, o CDS-PP de Sintra, convida-o a passear à noite pelas ruas de algumas freguesias do nosso concelho. Pode ser em Monte Abraão, na Tapada das Mercês, no Cacém ou em Queluz, mas a passear sozinho, sem motorista ou guarda-costas, que é para sentir aquilo que todos nós, homens, mulheres e crianças deste concelho sentimos quando saímos de casa… é que apesar do esforço dos efectivos da PSP e da GNR, sentimos uma total sensação de insegurança.

Por Silvino Malho Rodrigues