O grupo parlamentar do CDS-PP quer saber se o Governo mantém a intenção anunciada pelo ex-ministro da saúde Correia de Campos de construir um hospital no concelho de Sintra, tendo endereçado essa questão à actual ministra, Ana Jorge.
O antecessor de Ana Jorge, António Correia de Campos, anunciou em Janeiro de 2007 que o novo hospital de Sintra entraria em funcionamento em 2009, numa obra que ficaria a cargo da administração privada, entretanto cessante, do hospital Fernando da Fonseca, vulgo Amadora-Sintra.
Num documento entregue ao presidente da Assembleia da Republica, Jaime Gama, e a que a Lusa teve acesso, o grupo parlamentar do CDS-PP questiona a actual ministra da saúde, Ana Jorge, sobre se o Governo mantém a intenção de construir uma unidade hospitalar que sirva a população do concelho de Sintra, dadas "as carências do Amadora-Sintra".
Caso o Governo mantenha a intenção de construir o novo hospital, o CDS-PP pretende saber quem vai construí-lo, uma vez que "o Estado pretende assumir a gestão do Hospital Amadora-Sintra", depois de ter sido anunciado que a construção da nova unidade hospitalar de Sintra seria feita pelo grupo privado responsável pela gestão do hospital Fernando da Fonseca.
O grupo parlamentar questiona ainda as características e valências do novo hospital, qual a data e local da construção, ou, "caso não venha a ser construída esta nova unidade hospitalar, como fica a capacidade de resposta ao nível da saúde num concelho com certa de 700 mil utentes e com um hospital já sem capacidade".
O Hospital Amadora-Sintra foi criado para servir uma população de 300 mil habitantes, mas actualmente excedeu a sua capacidade ao atender mais de 700 mil. A gestão deste hospital foi atribuída, em 1995, por concurso público a uma sociedade gestora.
No entanto, o primeiro-ministro afirmou em Março que o hospital Amadora-Sintra será uma entidade pública empresarial a partir de 2009.
Falando na Assembleia da República, José Sócrates defendeu que o Governo tem uma orientação "clara" sobre as parcerias público-privadas nos hospitais. "As parcerias público-privadas são úteis para a construção; a gestão hospitalar, essa, deve permanecer pública", sustentou.
A agência Lusa contactou hoje o Ministério da Saúde, mas não obteve resposta até ao momento.
in lusa a 24 de Abril de 2008