sexta-feira, 23 de novembro de 2007

CDS-PP: Conselho Nacional vai consagrar correntes de opinião e debater demografia

O Conselho Nacional do CDS-PP vai reunir-se sábado, em Lisboa, e tem na agenda a aprovação do regulamento que permitirá a criação de correntes de opinião dentro do partido.
Com 500 assinaturas, um grupo de militantes pode requerer a constituição de uma corrente de opinião dentro do CDS, com direito a indicar um representante na comissão política nacional.
No Congresso de Maio e, desde então, foram duas as personalidades do partido que deram sinais de arrancar com estes movimentos: o presidente do Conselho Nacional, António Pires de Lima, por uma tendência liberal, e Ismael Pimentel, numa corrente que se situaria mais à direita, "A direita do futuro".
Pelo regulamento, estão impedidos de integrar qualquer corrente de opinião o presidente do partido, o secretário-geral, o presidente do grupo parlamentar e o presidente do Conselho Nacional de Jurisdição.
Este será o primeiro ponto "quente" da ordem de trabalhos de uma reunião que estará centrada na aprovação de regulamentos internos.
Na agenda do Conselho Nacional, está também a apresentação do relatório de um grupo de missão do CDS-PP que trabalha desde Junho na área da demografia.
As conclusões, garante fonte da direcção do CDS, são quinze medidas inovadoras para ajudar Estado e empresas a remover os obstáculos que se deparam às famílias que querem ter mais filhos.
Se o documento for aprovado sábado, as suas conclusões farão parte do programa eleitoral do CDS-PP em 2009.
A aprovação do regulamento para a actualização dos ficheiros de militantes, um processo já em curso, e a análise da situação política serão outros dos pontos da discussão.
Será neste último ponto que alguns ex-dirigentes, como Martim Borges de Freitas e Ismael Pimentel, introduzirão o tema do Tratado de Lisboa.
Se o ex-secretário-geral Borges de Freitas irá lamentar a ausência de posição do CDS-PP sobre o Tratado a menos de um mês da assinatura do documento (a 13 de Dezembro), Ismael Pimentel vai apelar a que o partido defenda a sua ratificação por referendo, independentemente da posição pelo "sim" ou "não".
Fonte da direcção do CDS já disse à Lusa que o partido só tomará posição quer sobre o conteúdo do Tratado, quer sobre a forma de o ratificar, em meados de Dezembro, depois de realizado um conjunto de audições públicas sobre o tema (a 3, 10 e 17 de Dezembro) e de reunirem novamente os órgãos nacionais do partido.
No ponto dedicado à análise da situação política, deverão ainda ser discutidas e votadas duas moções do ex-dirigente José Paulo de Carvalho, uma sobre educação e outra sobre aborto, onde o deputado democrata-cristão exortará o CDS a manter-se fiel na defesa dos valores da vida e da família.
SMA.

in Lusa